A vida do governador Ratinho Junior não é fácil. Não basta governar, cuidar da economia, da saúde e das obras estruturantes do estado; ele ainda precisa lidar com os fantasmas. O episódio das “placas secretas” é um bom exemplo. Aparentemente, alguns deputados e altos servidores acharam que veículos com identificação oculta seriam uma boa ideia – para quê, exatamente? Mistério. Mas o que era destinado às forças de segurança acabou virando artigo de luxo de autoridade.
Ratinho Junior, sensato, mandou fazer um pente fino. Nada de ilegalidade concreta, já que um decreto sancionado autorizava o uso, mas imoral? Sem dúvida. Mostrou que, ao menos nesse episódio, quem manda é o bom senso.
Assembleia Legislativa do Paraná suspende ‘placas secretas’ concedidas a 14 deputados
Mas cá entre nós tem alguns deputados que não conseguem ficar sem fazer umas cacas. Alguns nomes da casa, já tiveram tiveram que fazer acordos de não persecução com o Ministério Público. Não que isso torne todos criminosos, mas a fama de que “tem gente que se aproveita do sistema” cresce a cada notícia. E, convenhamos, alguns parecem carregar o DNA da trapalhada política: hábitos antigos, capivaras gordas e um histórico que dá inveja até a criminosos fora do mandato.
O governador fica ali, entre a moral e o político, tentando mostrar que o Paraná não aceita picaretagem. Ele quer distância de coisas mal feitas. Mas o recado é claro: no ano que vem, quando a eleição bater à porta, o eleitor vai lembrar quem tentou usar o poder para se beneficiar e quem tentou limpar a bagunça.
Ratinho Junior segue sua missão de governar com responsabilidade, mas a batalha é diária. Entre obras, saúde e economia, ainda precisa varrer os cantos escuros da política estadual – e, sejamos honestos, isso é tão cansativo quanto parece.
Por Cleomar Diesel






