A confirmação do investimento de R$ 3 bilhões pela Coamo Agroindustrial Cooperativa — a maior da América Latina no setor — coloca o município de Itapoá,no centro de uma reconfiguração logística e econômica de proporções nacionais. Não se trata apenas de um novo terminal portuário, mas de um divisor de águas para o desenvolvimento regional.
Com previsão de início das operações em 2030, o porto privado da Coamo será o segundo terminal marítimo da cidade, que já abriga o Porto Itapoá, em atividade desde 2011. A chegada de um segundo empreendimento dessa magnitude muda o eixo do debate econômico: Itapoá vai se tornar um hub portuário estratégico do Sul do Brasil.
Um alívio aos gargalos logísticos e um salto de competitividade
A decisão da cooperativa nasce de uma necessidade real. Filas, atrasos e capacidade limitada em outros portos já vinham comprometendo negociações e embarques de commodities. Ao construir seu próprio terminal, a Coamo assume o controle do fluxo logístico e garante competitividade nas exportações de grãos e na importação de insumos — movimento que repercute diretamente no agronegócio nacional.
E a escolha por Itapoá não é aleatória. O município reúne vantagens que outras regiões perderam ao longo do tempo:
- Localização estratégica, próxima aos mercados consumidores e às principais rotas internacionais;
- Melhorias previstas nas rodovias SC-416 e SC-417, que garantirão acesso eficiente;
- Dragagem da Baía da Babitonga, permitindo receber navios de maior porte;
- Ambiente regulatório e fiscal favorável, apoiado pelo governo catarinense.
O projeto prevê uma área de 43 hectares com:
- Três berços de atracação;
- Estruturas para movimentação de:
- Grãos como soja, milho e trigo;
- Fertilizantes;
- Combustíveis líquidos;
- Gás LP;
- Capacidade inicial de 11 milhões de toneladas por ano;
- Logística preparada para atender até mil caminhões por dia.
Empregos, renda e desenvolvimento regional
Se há algo que movimenta mais do que cargas, é a perspectiva de oportunidade. O porto deverá gerar:
- 2 mil empregos durante a construção;
- 1 mil empregos diretos na fase operacional;
- Centenas de postos indiretos no comércio, nos serviços, na hotelaria e na infraestrutura urbana.
Em outras palavras, o terminal da Coamo não será apenas um porto: será um polo de desenvolvimento socioeconômico. A economia local — do pequeno fornecedor à grande empresa — sentirá os reflexos positivos do empreendimento.