Os bastidores da política em Santa Catarina já fervem — e a disputa pelo Senado, antes considerada previsível, acaba de ganhar contornos de verdadeira batalha eleitoral. A nova pesquisa Neokemp/Gazeta do Povo revela que Caroline de Toni (PL) ultrapassa Carlos Bolsonaro (PL), até então considerado entre o eleitorado conservador do estado.
Cenário 1 — Disputa aberta e Carlos em queda
Nos números do 1º voto, o jogo virou:
- Caroline de Toni: 25,4%
- Carlos Bolsonaro: 21,6%
- Décio Lima: 17,8%
- Esperidião Amin: 14,1%
No 2º voto, quem aparece com força é Esperidião Amin, liderando com 22,6%. Em seguida vem Caroline (21,2%) e Carlos (17,7%).
Mas é na soma geral dos votos que a virada fica evidente:
Caroline de Toni: 46,6% x 39,3% Carlos Bolsonaro.
Cenário 2 — A entrada de Gilson Marques muda tudo
Com Gilson Marques (Novo) na disputa, o cenário se transforma radicalmente:
- Caroline dispara para 30,4% no 1º voto
- E alcança 53,5% na soma total
Carlos Bolsonaro despenca para 38,8%, enquanto Amin perde terreno.
A explicação é simples: o eleitor de Gilson migra quase integralmente para Caroline, ampliando a vantagem da deputada e minando o espaço de crescimento de Carlos.
Rejeição — o calcanhar de Aquiles de Carlos
Outro fator decisivo:
- Carlos Bolsonaro lidera a rejeição com 37%, empatado com Décio Lima.
- Caroline de Toni tem apenas 4,2%, um índice extremamente baixo — e que indica enorme margem para crescimento.
Por que Caroline virou o jogo?
Analistas apontam quatro fatores centrais:
- Crise interna no PL, que reduziu o desempenho de Carlos
- Perda do “segundo voto”, que antes sustentava sua liderança
- Crescimento de Caroline entre bolsonaristas tradicionais e direita moderada
- A força de Amin no voto adicional, mantendo competitividade no embate final
Um campo de guerra político
A corrida pelo Senado em Santa Catarina se tornou uma das mais imprevisíveis do Sul do país. A mudança brusca na liderança expõe a fragilidade da candidatura de Carlos e fortalece Caroline como nome de consenso dentro da direita — ao menos por enquanto.
A pergunta que domina as rodas políticas, entretanto, segue em aberto:
Carlos Bolsonaro consegue reagir?
Ou a virada de Caroline de Toni já consolidou o rumo da eleição em Santa Catarina?
Os próximos dias dirão se a queda de Carlos foi um tropeço temporário — ou o início de uma reviravolta definitiva no xadrez político catarinense.






