O Corinthians, uma das instituições mais populares e emblemáticas do futebol brasileiro, está diante de uma encruzilhada histórica.
A fala direta e sem rodeios de Ronaldo Fenômeno jogou luz sobre uma possibilidade que vem ganhando força: transformar o Timão em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). E mais do que uma opinião, foi um aceno concreto — com direito a promessa de investimento. “Se o Corinthians decidir virar SAF, eu arrumo o dinheiro e embarco… Se organizar, o Corinthians é uma máquina”, disse o ex-jogador, que conhece bem os bastidores do futebol moderno e já aplicou esse modelo com relativo sucesso no Cruzeiro.
A proposta tem lógica. A transformação em SAF poderia permitir ao Corinthians reestruturar sua dívida — que já ultrapassa R$ 1 bilhão — e, principalmente, resolver o calvário do financiamento da Neo Química Arena, uma das maiores âncoras no pescoço do clube. Com nova governança, gestão mais transparente e capital externo, o Timão poderia respirar.
Enquanto o debate ferve, uma boa notícia: o Corinthians renovou com a Nike por mais dez anos, até 2036. O novo contrato pode render até R$ 1,3 bilhão, quase o dobro do anterior. Uma injeção importante, que garante fôlego no curto prazo. Mas não é solução estrutural. Nem mesmo esse contrato bilionário cobre o rombo herdado de anos de descontrole financeiro.
A Nike aposta no potencial da marca Corinthians. A SAF não é salvação mágica. Mas pode ser o começo de uma nova era. E como disse Ronaldo, “o Corinthians é uma máquina” — só falta aprender a operar com manual de gestão, não com improviso.
Por Cleomar Diesel