O último sábado (9) em Ponta Grossa terminou com um alerta que vai muito além da ocorrência policial. Uma mulher de 42 anos mobilizou equipes da Polícia Civil, Guarda Civil Municipal e até o Grupo Tigre — especializado em sequestros — ao simular o próprio rapto para justificar seu desaparecimento. O motivo? Encobrir que havia passado o dia inteiro realizando apostas em plataformas digitais.
Segundo a Polícia Civil, familiares receberam mensagens afirmando que ela estava refém de um casal que exigia R$ 2,5 mil para liberá-la. O caso acionou uma verdadeira operação de resgate. Mas, por volta das 18h, a “vítima” foi encontrada em uma praça na região de Oficinas, onde confessou ter inventado tudo.
Se por um lado a história parece digna de roteiro de comédia absurda, por outro revela uma face sombria do vício em jogos online. A busca pela “virada de sorte” tem levado muitos a perderem não apenas dinheiro, mas também a dignidade, a confiança da família e, em casos como este, até a liberdade.
Em nota, a Polícia Civil lembrou que a maioria das plataformas de apostas virtuais esconde armadilhas: promessas irreais, manipulação de resultados e mecanismos viciantes que empurram o jogador para o prejuízo. “Apostas em plataformas digitais, na maioria das vezes, não passam de um golpe para ludibriar apostadores, que acabam tendo grandes prejuízos dificilmente recuperados. Não caia em golpes, valorize o seu dinheiro”, alertou.
O episódio em Ponta Grossa deveria servir de lição: quando o jogo se torna desculpa para mentiras e crimes, já não é diversão — é um problema sério. E, como todo vício, a primeira jogada para vencer é admitir que não se está no controle.