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A nova pesquisa divulgada pela Paraná Pesquisas nesta quarta-feira (13) expõe dois pontos que merecem atenção redobrada dos partidos e articuladores políticos no Paraná. O primeiro é o tamanho da barreira que candidatos do PT enfrentam no estado: mesmo com nomes conhecidos, a legenda segue patinando em intenções de voto, com desempenho consistentemente baixo em todos os cenários. O segundo é mais surpreendente: apesar de o governador Ratinho Junior (PSD) gozar de altíssima popularidade e de ser favorito absoluto para uma eventual disputa ao Senado, o candidato de seu grupo político para o governo estadual ainda não consegue superar o senador Sergio Moro (União).
No cenário estimulado para governador, Moro lidera com folga — 41,3% contra 25,3% de Requião Filho (PDT) e 14,6% de Paulo Martins (Novo). O dado revela que a força eleitoral do atual governador não se transfere de forma automática para seus aliados. É uma mensagem clara de que prestígio de gestão não significa vitória garantida na sucessão, especialmente quando o adversário é um nome nacionalmente conhecido e que mantém boa imagem no estado.
Ainda assim, pelo pragmatismo e prestígio político de Ratinho Junior, ninguém pode duvidar que Sergio Moro possa vir a dividir o mesmo palanque no futuro, compondo alianças estratégicas. Da mesma forma, nomes próximos ao governador, como Guto Silva, podem começar a despontar nas pesquisas, principalmente porque a eleição ainda está distante — faltam mais de 12 meses para a disputa, tempo suficiente para rearranjos e crescimento de candidaturas.
A pesquisa também mostra que, enquanto Ratinho Junior se projeta como figura quase imbatível ao Senado — chegando a 66,5% em um dos cenários —, o PT amarga resultados tímidos. Ênio Verri, por exemplo, não passa de 2% na disputa para o governo, e Zeca Dirceu, candidato mais competitivo da sigla para o Senado, atinge apenas 13,6% no melhor cenário. Esses números evidenciam que a rejeição à legenda permanece alta no Paraná, reflexo de um histórico eleitoral em que o partido raramente conseguiu avançar em disputas majoritárias.
O recado da pesquisa é simples, mas incômodo para alguns: a eleição de 2026 no Paraná não será decidida apenas por alianças e prestígio de governo. O eleitor paranaense demonstra ter memória longa, resistência clara a certos partidos e preferência por figuras que já se destacam no cenário nacional. Para o PT, o desafio é vencer a barreira histórica; para Ratinho Junior, é encontrar — ou construir — um sucessor que não apenas represente seu projeto, mas que tenha força própria para enfrentar um adversário com a projeção de Sergio Moro.






