MPPR e órgãos estaduais unem esforços para fortalecer ações de prevenção e resiliência frente a desastres ambientais no Paraná
O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Grupo Especial de Atuação e Prevenção em Desastres Socioambientais e Mudanças Climáticas (GEPClima), vai contar com o apoio de órgãos vinculados ao Governo do Estado para ampliar as ações de prevenção a emergências climáticas. Entre as instituições parceiras estão o Instituto Água e Terra (IAT) e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
As primeiras reuniões permitiram que o MPPR conhecesse mais de perto a atuação dessas entidades, além de integrar dados da Defesa Civil do Paraná. O GEPClima, vinculado à Procuradoria-Geral de Justiça, reúne promotores e especialistas de diversas áreas – como engenheiros, psicólogos e assistentes sociais – em um trabalho conjunto de planejamento e prevenção.
“O MPPR está engajado em ações climáticas. Queremos entender os impactos das mudanças climáticas, preparando e auxiliando municípios e o Estado a desenvolver maior resiliência”, destacou o promotor de Justiça Daniel Pedro Lourenço.
Segundo ele, estudos de caso realizados em Prudentópolis e Guaratuba — municípios afetados por enchentes agravadas pela ocupação desordenada — ajudam a compreender os efeitos das mudanças climáticas no Paraná. A partir desses levantamentos, a intenção é avançar em medidas preventivas e de longo prazo.


Programa “Municípios pelo Clima”
Um dos resultados do GEPClima é o programa Municípios pelo Clima, lançado recentemente. A iniciativa busca fortalecer a resiliência climática por meio da assinatura de Termos de Compromisso com as prefeituras. Até agora, já aderiram União da Vitória, São Mateus do Sul, Cruz Machado, Paula Freitas, General Carneiro, Mallet, Porto Vitória e Antônio Olinto.
De acordo com o promotor, o objetivo é apoiar os municípios na elaboração de planos de contingência, no treinamento das Defesas Civis e na adoção de soluções baseadas na natureza.
Pesquisas e monitoramento
No campo científico, o GEPClima tem como referência o Programa Paranaense de Mudanças Climáticas (Paranaclima), desenvolvido pelo Simepar em convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (Sedest). O estudo avaliou a emissão de gases de efeito estufa e a vulnerabilidade climática dos municípios, com projeções até 2100.
Além disso, o Simepar opera sistemas de monitoramento que auxiliam o poder público, como o VFogo (combate a incêndios florestais) e o Infohidro (monitoramento de 527 bacias hidrográficas). Em parceria com o IAT, também realiza o mapeamento das Áreas Estratégicas para Conservação e Restauração (AECR), fundamentais para a preservação da biodiversidade e prevenção de impactos climáticos.
O Simepar ainda desenvolve projetos de compensação ambiental, como a definição de “estoque de florestas” e o inventário de carbono das Unidades de Conservação, dentro do programa Pro Biodiversidade.
Resposta rápida e integrada
“O Paraná apresenta tanto enchentes quanto períodos de seca. Queremos criar uma rede de conexão entre os órgãos envolvidos, para que, em situações de desastres, a resposta seja rápida e eficiente”, reforçou Lourenço.
Com esse conjunto de ações, o MPPR e os órgãos estaduais buscam estruturar um modelo integrado de prevenção e resposta, preparando o Paraná para os desafios impostos pelas mudanças climáticas.






