O velho ditado de que “menos é mais” voltou a se confirmar no Paraná, agora no setor automotivo. O simples anúncio da redução do IPVA – que passará de 3,5% para 1,9% em 2026 – foi suficiente para provocar um salto imediato de 11% nos emplacamentos de veículos no estado. Os números do Detran-PR não deixam dúvidas: a partir da divulgação, a procura cresceu e o dia 20 de agosto registrou recorde absoluto, com 1.418 novos veículos emplacados em apenas 24 horas.
O fato é que o bolso do contribuinte responde rápido quando percebe que está sendo tratado com menos voracidade fiscal. A lógica é simples: diminuir a mordida do governo amplia o espaço para o consumo, gera confiança e movimenta a economia. Não é coincidência que, com o anúncio da menor alíquota do país, os paranaenses tenham antecipado suas decisões de compra.
Os dados históricos reforçam o ponto. Apenas entre janeiro e agosto deste ano, o Paraná já registrou 233.127 novos emplacamentos, um crescimento de 34% sobre o mesmo período de 2024. Isso significa que a arrecadação tende a se manter em alta, mesmo com a futura redução da taxa, justamente porque o volume de negócios cresce mais do que o desconto concedido.
Automóveis e, principalmente, motocicletas lideram essa escalada. No caso das motos, a alta é de 52% no acumulado até agosto. São números que não apenas movimentam o mercado, mas também dão um recado direto: quando o Estado alivia o peso dos impostos, o cidadão consome mais, e todos ganham – inclusive o próprio governo.
O debate, portanto, não é se a medida trará perdas de arrecadação, mas se finalmente a política fiscal brasileira começará a compreender a lógica da eficiência tributária. O Paraná dá um passo ousado e prova que menos impostos podem significar mais receita e mais desenvolvimento.