Um levantamento recente revelou um dado alarmante: quase metade dos combustíveis analisados em postos do Paraná apresentou algum tipo de adulteração ou irregularidade. Entre os 50 postos inspecionados em Curitiba e Região Metropolitana, 44 apresentaram problemas, segundo laudos periciais.
As irregularidades vão desde a entrega de menos combustível do que o registrado na bomba até alterações na composição da gasolina e do diesel. Em alguns casos, o consumidor recebeu até 8% a menos do produto pago, além de combustíveis “batizados” com solventes e insumos não autorizados.
Segundo as investigações, a adulteração não é um problema isolado. Há indícios de um esquema muito mais amplo, que envolveria distribuidoras, empresas de fachada e até facções criminosas. Relatórios da Polícia Federal e da Receita Federal já apontaram que grupos organizados, inclusive ligados ao PCC, usam a adulteração de combustíveis para sonegar impostos e lavar dinheiro, movimentando bilhões em todo o país.
No Paraná, operações recentes também identificaram que parte dos postos funciona mais como fachada do que como negócio real, servindo para dar aparência legal a recursos obtidos com crimes. O resultado é prejuízo direto ao consumidor, risco de danos aos veículos e perdas bilionárias para os cofres públicos.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Procon afirmaram que vão intensificar as fiscalizações. A recomendação é que os motoristas exijam nota fiscal, desconfiem de preços muito abaixo da média e denunciem suspeitas.
O quadro, porém, expõe um problema estrutural: quando quase metade dos postos fiscalizados apresenta irregularidades, não se trata de exceção, mas de um sistema paralelo que age com organização e impunidade.