Uma reunião realizada na segunda-feira (6) pode definir um passo estratégico para o futuro energético do Norte Catarinense e do litoral paranaense. O encontro tratou da proposta de interligação entre as distribuidoras Celesc (Santa Catarina) e Copel (Paraná) — um projeto solicitado pela Copel e que tem como objetivo reforçar a confiabilidade do sistema elétrico nas regiões de Guaratuba, Garuva e Itapoá.
A integração permitirá que, em caso de falha no fornecimento de energia de um dos lados, o outro sistema possa manter o abastecimento, garantindo maior estabilidade. Duas alternativas foram discutidas: interligar Guaratuba diretamente a Garuva ou realizar a conexão via Itapoá.
A segunda opção é vista como a mais estratégica, já que Itapoá vive um momento de forte expansão portuária e logística, com reflexos diretos na demanda por energia elétrica. O Porto Itapoá, que projeta se tornar o maior terminal de contêineres do Brasil até 2030, está em franca expansão. Além disso, um novo terminal portuário da Coamo voltado à exportação está prestes a iniciar obras, somando-se a dezenas de empresas de logística que se instalam no município.
A definição do trajeto da interligação entre Celesc e Copel, portanto, vai muito além de uma escolha técnica — trata-se de uma decisão estratégica de desenvolvimento regional. Itapoá é palco da maior obra pública da história recente do Norte Catarinense, a dragagem do canal de acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul, considerada a maior Parceria Público-Privada (PPP) já firmada pelo governo estadual.
Historicamente, as regiões de Garuva e Itapoá eram atendidas pela Copel, mas a reorganização das redes e concessões transferiu o abastecimento local à Celesc. Agora, a possível interligação entre as duas distribuidoras pode restabelecer um elo estratégico entre os sistemas elétricos dos dois estados, fortalecendo a infraestrutura necessária para sustentar o crescimento econômico e portuário da região.