A draga Galileo Galilei, embarcação que ficou conhecida pelos trabalhos de alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú em 2011, chegou a Itapoá (SC) na última sexta-feira (3). O equipamento será responsável por uma das maiores obras de engenharia costeira do país: ampliar em pelo menos 30 metros a faixa de areia para banhistas e realizar a dragagem do canal de acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul.
A operação, inédita no Brasil, está orçada em R$ 324 milhões e é fruto de parceria entre o governo estadual e a iniciativa privada. De acordo com o cronograma, serão retirados 12,5 milhões de metros cúbicos de areia do fundo da Baía da Babitonga. Do total, 6,4 milhões de metros cúbicos serão depositados na orla de Itapoá, que há anos sofre com os efeitos da erosão marítima. O excedente será levado a uma área de descarte em alto-mar, conhecida como “bota-fora”.
A autorização ambiental do Ibama é o último passo antes do início dos trabalhos. Com a licença emitida, a empresa belga Jan de Nul, responsável pela intervenção, prevê concluir a montagem da tubulação e iniciar a dragagem em cerca de dez dias.
A Galileo Galilei é uma draga do tipo hopper, com capacidade para armazenar até 18 mil metros cúbicos de material dragado. A expectativa é de que a ampliação da profundidade do estuário — que passará de 14 para 16 metros — permita a operação de navios de até 366 metros de comprimento, contra o limite atual de 336 metros.
Além do impacto positivo na logística portuária, o projeto promete transformar a orla de Itapoá, que terá cerca de 10 quilômetros de praia alargada, entre a região da Figueira e o Balneário Princesa do Mar. Em alguns trechos, a faixa de areia poderá ganhar mais de 100 metros, garantindo maior espaço de lazer para moradores e turistas.