Atletiba mental: rivalidade elevada

O Athletico Paranaense venceu a Ferroviária por 2 a 1 neste domingo (16) e, de quebra, estragou a festa antecipada do maior rival. Se o time paulista tivesse arrancado um empate na Ligga Arena, o Coritiba já poderia estar hoje desfilando como campeão da Série B, sem nem entrar em campo. Mas o futebol paranaense resolveu apimentar o roteiro: adiou a comemoração e transformou a última rodada em decisão dupla.

Com o resultado, o Campeonato Brasileiro da Série B de 2025 já tem uma certeza: o campeão será do Paraná. A disputa, porém, está aberta entre Coxa e Furacão, em uma espécie de “Atletiba à distância” na 38ª rodada.

No próximo domingo (23), às 16h30 (de Brasília), enquanto dez jogos acontecem simultaneamente, dois gramados concentrarão a atenção do torcedor paranaense:

• Arena da Amazônia, em Manaus – onde o líder Coritiba, com 65 pontos, enfrenta o Amazonas;
• Arena da Baixada, em Curitiba – onde o Athletico, com 62 pontos, recebe o América.

Coxa com a mão na taça, mas…

O Coritiba chega à rodada final em posição confortável. Um simples empate diante do Amazonas basta para o time de Mozart Santos garantir o título da Série B. Parece fácil no papel, mas decisão em campo alheio, em fim de campeonato, com rival respirando no cangote, nunca é jogo comum.

Além disso, o Coxa ainda tem a “segurança extra” de poder ser campeão até em caso de tropeço do Athletico. Se o Furacão não vencer o América, o troféu também vai para o Alto da Glória, independentemente do resultado em Manaus.

Resumindo o Coxa:

• É campeão se:
  • Vencer ou empatar com o Amazonas;
  • Ou se o Athletico empatar ou perder para o América.

Furacão vivo – e bem interessado no drama alviverde

Do outro lado, o Athletico fez sua parte contra a Ferroviária e entrou de vez na briga. O time de Odair Hellmann chega à última rodada precisando de uma combinação específica, mas nada impossível:

• É campeão se:
  • Vencer o América, e
  • O Coritiba perder para o Amazonas.

Ambos somam hoje 18 vitórias – primeiro critério de desempate. Ou seja, se o Furacão chegar aos mesmos 65 pontos do Coxa, terá 19 vitórias e ultrapassará o rival, levantando a taça.

Em outras palavras: o Athletico não apenas precisa ganhar, como vira, oficialmente, o maior torcedor do Amazonas por 90 minutos.

Atletiba mental: rivalidade elevada à Série B

Se em campo não haverá confronto direto, fora dele o clima é de Atletiba puro. Torcida do Coritiba fazendo conta, secando o Athletico. Torcida do Athletico sonhando com o “título arrancado no apagar das luzes”, com direito a memória eterna na rivalidade.

E há um ingrediente extra nessa história: a Série B, muitas vezes tratada como castigo, virou palco de afirmação do futebol paranaense. Dois gigantes estaduais disputando ponto a ponto o título de uma competição nacional mostra força, mas também expõe a realidade incômoda: ambos caíram e tiveram que encarar a Segundona.

O fato é que, depois deste domingo (16), ninguém mais trata a rodada final como mera formalidade. A vitória do Athletico sobre a Ferroviária não mexeu apenas na tabela: mexeu no psicológico, na preparação e até no humor de duas torcidas.

Domingo de tensão total

No próximo dia 23, o Paraná para. Em Manaus, o Coritiba tentando confirmar o que parece encaminhado. Em Curitiba, o Athletico se agarra à velha lei do futebol: “enquanto houver chance, há esperança”.

Entre festa antecipada e drama até o último minuto, o Athletico escolheu a segunda opção para o rival. Agora, o roteiro está escrito: o campeão da Série B será paranaense. Resta saber se a taça vai subir a Serra do Mar em direção ao Alto da Glória ou se vai permanecer em definitivo na Baixada.

Uma coisa é certa: para quem gosta de rivalidade, domingo promete ser daqueles dias em que até o radinho volta ao bolso e o coração entra em campo