O Governo do Estado do Paraná participou, nesta quinta-feira (24), da 1ª Conferência Brasileira de Inventariação de Gases de Efeito Estufa, realizada em Curitiba. O evento reuniu especialistas, representantes de empresas e gestores públicos para discutir estratégias de redução de emissões e ações de enfrentamento às mudanças climáticas.
A participação paranaense foi coordenada pelo Instituto Água e Terra (IAT) e pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Paraná investe em programas ambientais
Durante o evento, foram apresentados diversos programas que o Paraná desenvolve para conter os impactos ambientais causados pelos gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO₂), o metano (CH₄) e o óxido nitroso (N₂O), principais responsáveis pelo aquecimento global.
Entre as ações destacadas estão:
- RenovaPR: incentivo à energia limpa no meio rural;
- Paraná Mais Verde: ampliação do plantio de mudas nativas;
- Prosolo Paraná: combate à erosão e preservação de recursos hídricos;
- Rede Paranaense de Agropesquisa: integração entre ciência e produção sustentável.
Licenciamento e incentivo à sustentabilidade
O diretor do IAT, José Amorim Vialich, apresentou o Selo Clima Paraná, que reconhece empresas e instituições com boas práticas ambientais. Também destacou a Portaria IAT 42/2022, que obriga empreendimentos com Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) a apresentarem um Diagnóstico Climático no processo de licenciamento.
Tecnologia a favor do meio ambiente
O Simepar mostrou uma série de ferramentas tecnológicas voltadas ao monitoramento ambiental:
- VFogo: monitora focos de incêndio e emite alertas;
- Infohidro: acompanha variáveis hidrológicas e meteorológicas em tempo real;
- IrrigaSIM: mapeia áreas aptas à irrigação e utiliza inteligência artificial para análise de dados.
O Simepar também está desenvolvendo a metodologia de estoque de florestas, que permite a compensação ambiental em áreas previamente cadastradas, e realiza o inventário de carbono das Unidades de Conservação do estado por meio do projeto Pro Biodiversidade.
Plataforma Paranaclima e ICMS Ecológico
Outro destaque é a plataforma Paranaclima, disponível no site https://paranaclima.simepar.br, que traz dados sobre as emissões históricas de GEE no Paraná desde 1850, além de projeções climáticas para os municípios até 2100.
O Simepar também atua no suporte ao cálculo do ICMS Ecológico, mecanismo que garante repasses de recursos aos municípios que preservam áreas ambientais ou abastecem cidades vizinhas.
Descarbonização e mercado de carbono
A conferência também reforçou a importância dos inventários de emissões, ferramenta essencial para que empresas e órgãos públicos conheçam suas fontes de poluição e estabeleçam metas de redução.
Entre as ações recomendadas para descarbonização estão:
- uso de veículos elétricos ou híbridos;
- substituição de lâmpadas convencionais por LED;
- uso de energia renovável;
- instalação de painéis solares;
- compostagem e biodigestores.
Quando não é possível zerar as emissões, uma alternativa é a compensação por meio de créditos de carbono – certificados que representam a redução de uma tonelada de GEE. Essa prática estimula financeiramente projetos ambientais, como reflorestamento e eficiência energética.