Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (18) pela Genial/Quaest afirma que Lula venceria todos os principais adversários em cenários de segundo turno em 2026. O levantamento coloca o presidente à frente de nomes como Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Romeu Zema, Michelle Bolsonaro, Ronaldo Caiado, Eduardo Bolsonaro e Eduardo Leite.
Os números impressionam. Contra Bolsonaro, por exemplo, Lula teria 47% das intenções de voto contra 34%. Contra Tarcísio, ficaria 43% a 35%. Até mesmo frente a nomes emergentes como Zema e Ratinho Júnior, o petista abriria vantagem confortável. Ao todo, 2.004 pessoas foram ouvidas entre 12 e 14 de setembro, e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
Mas, que me desculpem os iluminados da estatística, é impossível não levantar a sobrancelha diante de tais resultados. Será que os institutos acham que o brasileiro é apenas um idiota útil ou já podemos pedir música no Fantástico na categoria “otário vitalício”?
Na minha humilde ignorância de contribuinte, sempre achei que pesquisa servia para medir se um político é querido ou rejeitado. Mas, pelo jeito, virou um tipo de terapia coletiva: você lê, se sente um burro e ainda agradece por ter sido lembrado.
A cereja do bolo é ver estampado que o cidadão mais rejeitado do país, condenado, incompetente, que evita até caminhar na rua para não ser hostilizado, aparece como franco favorito. Ou o humor dos estatísticos é mais refinado que o do Tiririca, ou já vivemos oficialmente no mundo do faz de conta.
Enquanto isso, manifestações de rua com milhares de apoiadores de Bolsonaro são tratadas como delírio coletivo. Já meia dúzia com bandeira vermelha na frente de uma universidade, segundo alguns analistas, equivalem a milhões — talvez porque cada militante carrega junto seu diploma em “Engenharia de Narrativas”.
Fica, então, a pergunta: essas pesquisas realmente medem opinião ou apenas testam a paciência do eleitor?
De minha parte, registro com a devida vênia — como diriam os magistrados antes de pisar no pescoço do senso comum — a humilde dúvida sobre a credibilidade desses números. Claro, não estou criticando. Longe de mim ofender a “democracia perfeita” que nos vendem.
Acredito piamente nos dados. Só que não.
OBS. Este texto reflete exclusivamente a opinião do jornalista Cleomar Diesel e não representa, necessariamente, a posição editorial do Portal.