Um pinguim-de-magalhães foi encontrado morto na Praia Deserta, em Itapoá (SC), próxima à divisa com o balneário Barra do Saí, em Guaratuba (PR). O animal, que fazia parte de um projeto de monitoramento e portava um rastreador satelital, teve o dispositivo arrancado do dorso. Pegadas humanas e uma rede de pesca foram localizadas nas proximidades, levantando suspeitas de envolvimento humano no ocorrido.
Esse é o primeiro registro de pinguim feito pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no trecho monitorado pela Univille nesta temporada de 2025. A partir do microchip e do rastreador, foi possível traçar a trajetória do animal desde seu primeiro resgate.
O pinguim havia sido encontrado pela primeira vez em agosto de 2024, na Ilha Grande (RJ), pela equipe do Ecoservation. Após mais de quatro meses de tratamento no CRD Itacuruçá, foi devolvido ao mar em 26 de dezembro, junto a outros pinguins, no Parque Estadual da Laje de Santos (SP), com acompanhamento da equipe do Gremar.
No dia 21 de janeiro de 2025, o mesmo animal voltou a ser resgatado, dessa vez na Ilha do Mel (PR), pela equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR (LEC-UFPR). Após 35 dias, foi transferido para a R3 Animal, em Florianópolis, onde integrou um grupo de reabilitação. Sua última soltura ocorreu no dia 5 de maio, próximo à Ilha do Xavier, já com o transmissor instalado.

A tecnologia usada no rastreamento foi aplicada pelo médico veterinário Guilherme Bortolotto, professor de Ecologia Marinha da Aberystwyth University (Reino Unido), em parceria com a Associação R3 Animal. O objetivo era acompanhar os deslocamentos migratórios e avaliar a eficácia da reabilitação.
“Apesar do desfecho triste, esse registro contribui muito para a ciência oceânica, com dados sobre os movimentos e comportamentos migratórios da espécie, vulnerabilidade à captura acidental e, acima de tudo, gera informações para subsidiar ações para a conservação”, informou o PMP-BS em nota oficial.
O caso reforça a importância da proteção da fauna marinha e da vigilância contra práticas ilegais, como a pesca predatória, em áreas sensíveis e de difícil acesso. As investigações devem prosseguir para apurar as circunstâncias da morte do animal.
Fonte G1 SC