A construção da Ponte de Guaratuba alcançou 60% de execução em pouco mais de um ano, um avanço atribuído a um diferencial inédito em obras viárias desse porte no Paraná: o trabalho noturno. Mesmo sem a luz do dia, as equipes mantêm o ritmo acelerado entre o pôr do sol e a madrugada, retomando as atividades logo nas primeiras horas da manhã seguinte.
Segundo a engenheira Janice Kazmierczak Soares, diretora técnica do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), a atividade noturna tem papel crucial no cumprimento do cronograma. Em visita técnica ao canteiro nesta quinta-feira (3), ela destacou o esforço das equipes, que continuam operando mesmo sob chuva constante e as baixas temperaturas típicas do inverno no litoral.
“O turno noturno nessa obra é importante porque nós temos um prazo contratual que é desafiador, e esse prazo exige que alguns serviços sejam feitos à noite”, afirmou. “Enfrentamos chuva, frio e condições desafiadoras, mas mantemos o ritmo”.
As tarefas realizadas durante a noite seguem o planejamento técnico da obra. Nesta etapa, os trabalhos se concentram na execução dos balanços sucessivos. “Durante a noite é feito todo o trabalho de armação das ferragens. Durante o dia há grande movimentação de carga e transporte de materiais. Então, além dos serviços específicos, à noite também preparamos tudo para que no dia seguinte a produtividade seja maior”, explicou a engenheira.
De acordo com o engenheiro civil Gabryel Henrique Malanote Peixoto, responsável pela produção noturna do consórcio executor, apenas dois serviços são suspensos com a chegada da noite: terraplanagem e contenções. Todas as demais atividades – como cravação de camisas, escavação de estacas, montagem de fôrmas, armação e concretagem – continuam normalmente.
Durante o dia, cerca de 650 trabalhadores atuam nos canteiros suspensos sobre as águas da baía. À noite, o efetivo é reduzido para aproximadamente 100 funcionários. A equipe entra em ação às 16h30 e segue até a madrugada. “Muitas vezes, atuamos como um complemento, finalizando atividades iniciadas durante o dia, mobilizando materiais e equipamentos, preparando e organizando o espaço para que o turno diurno possa atuar com maior eficiência”, relatou Peixoto.
O trabalho sob iluminação artificial exige atenção redobrada em relação à segurança. “Dada a visibilidade reduzida, é primordial termos cuidados especiais nas manobras com balsas, na movimentação de cargas e no manuseio de equipamentos”, ressaltou o engenheiro.
Janice Soares destaca que o turno noturno impõe exigências específicas de capacitação e segurança. “É um trabalho que exige mais responsabilidade, tanto pela questão da iluminação quanto pelo fato de os operários precisarem de treinamentos específicos. As maiores exigências de segurança são o verdadeiro diferencial do trabalho noturno”, concluiu.
Estrutura da ponte avança com 50 estacas concretadas
O avanço também é visível na infraestrutura submersa da ponte. Até o momento, já foram concretadas 50 estacas de fundação, das 64 previstas no projeto. Do total já executado, 17 pertencem ao trecho estaiado e 33 ao trecho pré-moldado. Quando finalizada, a ponte contará com 24 estacas no segmento estaiado e 40 no pré-moldado.
A ponte estaiada contará com mais de 1.200 metros de extensão, quatro faixas de tráfego, duas faixas de segurança em cada sentido, calçadas com ciclovia e guarda-corpos, proporcionando mais segurança e comodidade a moradores e visitantes do litoral paranaense. A obra é do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná, autarquia da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL). Ela pode ser acompanhada em tempo real através das câmeras de monitoramento, acessando o site www.pontedeguaratuba.pr.gov.br.
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