Recebeu alta nesta quinta-feira  jovem que sobreviveu após disparar prego no próprio coração 

Um adolescente de 17 anos viveu momentos dramáticos — e um verdadeiro milagre — após disparar acidentalmente uma pistola de pregos no próprio peito, em acidente com ferramenta de marcenaria , em Morro Grande, no Sul de Santa Catarina. O acidente aconteceu no dia 20 de junho, e o prego de aproximadamente quatro centímetros atingiu o coração do jovem Ederson Ezequiel Scheffer, exigindo uma cirurgia de emergência no Hospital Dom Joaquim, em Sombrio.

A ferramenta utilizada, normalmente empregada em trabalhos de marcenaria, perfurou o osso do esterno e chegou ao ventrículo direito do coração, colocando a vida do adolescente em risco iminente.

“Nasci de novo. Estou pronto para continuar traçando meus objetivos”, declarou Ederson ao receber alta nesta quinta-feira (26), visivelmente emocionado.

A mãe, Elizete Rocha Scheffer, não conteve a gratidão à equipe médica. “Agiram rápido e com muita competência. Salvaram o meu filho”, disse.

Cirurgia de alto risco e atuação precisa

O procedimento foi conduzido pelo cirurgião cardiovascular Américo Kitawara, que explicou a gravidade da situação. Segundo ele, o prego causava lacerações no ventrículo direito e estava a milímetros de atingir uma câmara cardíaca, o que teria sido fatal.

“O prego estava lacerando o ventrículo direito, quase tendo comunicação com a câmara. Se isso ocorresse, não haveria mais o que ser feito”, relatou Kitawara. “O sangramento estava contido na musculatura. Se tivesse atingido a cavidade, seriam litros de sangue em segundos, sem tempo para nenhuma intervenção.”

Ederson chegou à emergência em estado de tamponamento cardíaco — uma condição crítica em que o sangue se acumula entre o coração e o pericárdio, impedindo seu funcionamento. A equipe médica realizou a remoção do prego, abertura do pericárdio, identificação e fechamento da lesão, além da retirada de coágulos que pressionavam o órgão.

“Foi um milagre”, diz enfermeiro

O enfermeiro perfusionista Ederson Nunes Jacinto, que integrou a equipe na sala de cirurgia, reforçou o nível de risco enfrentado.

“O prego lesionou desde o saco pericárdico até o próprio músculo do ventrículo direito. Se fosse um pouco maior, teria rasgado tudo. Foi um milagre”, afirmou.

A história de Ederson, além de impressionar pela gravidade do acidente, se torna um símbolo da importância da resposta rápida e eficiente da saúde pública. Um drama com final feliz — graças à ciência, à técnica e a uma pitada de sorte.