Moradores da região central relatam insegurança e cobram ações do poder público
Guaratuba e demais cidades do litoral paranaense enfrentam situações adversas com o aumento de pessoas em situação de rua, especialmente em áreas centrais e de grande circulação. O problema, comum em municípios turísticos, tem gerado preocupação entre moradores, comerciantes e autoridades locais.
Moradores da área central de Guaratuba entraram em contato com a redação da Gazeta Informativa para relatar a permanência constante de um casal em situação de rua na Rua Guilherme Pequeno. Segundo os relatos, além do casal, outras pessoas passam a frequentar o local com frequência, o que tem causado insegurança. Ainda de acordo com os moradores, há situações em que essas pessoas acabam coagindo quem passa pela via, especialmente pedestres.
O casal utiliza um carrinho como residência improvisada, permanecendo no local por longos períodos, o que tem intensificado as reclamações da comunidade. Os moradores afirmam que já buscaram apoio do poder público e cobram providências que garantam segurança, mas também atendimento social adequado às pessoas em situação de vulnerabilidade.

De quem é a responsabilidade?
De acordo com a legislação brasileira e as diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a responsabilidade direta pelo atendimento à população em situação de rua é dos municípios. Cabe às prefeituras executar políticas públicas de assistência social, por meio de serviços como equipes de abordagem social, Centros de Referência Especializados (Centro POP), abrigos temporários e programas de reinserção social.
Os governos estaduais atuam de forma complementar, oferecendo suporte nas áreas de saúde de média e alta complexidade, segurança pública e políticas habitacionais. Já a União é responsável por definir diretrizes nacionais, além de financiar parte das políticas públicas voltadas à população em situação de rua.
Especialistas alertam que, apesar do aumento da presença dessa população em cidades litorâneas — impulsionado por fatores como clima mais ameno e fluxo turístico —, não existe base legal para remoções forçadas ou criminalização da pobreza. O enfrentamento da situação deve ocorrer por meio de ações contínuas de acolhimento, assistência social e inclusão.
Enquanto moradores cobram soluções urgentes, o desafio segue exigindo articulação entre os três níveis de governo, planejamento e políticas públicas permanentes, capazes de equilibrar a segurança da população com o respeito aos direitos humanos.









