O Litoral do Paraná vive um daqueles raros momentos em que o discurso de décadas finalmente encontra uma pá de verdade no chão. Obras que antes pareciam eternas promessas agora ganham corpo, ritmo e, em Pontal do Paraná, estão prestes a mudar de vez a cara — e o futuro — da cidade.
O destaque é a intervenção nos molhes e no guia-corrente do balneário de Pontal do Sul, que já atingiu 92% de execução. Uma obra fundamental para o desassoreamento do canal do DNOS e para dar segurança à navegação, algo vital num município em que barcos não são só lazer, mas parte do cotidiano, do turismo e da economia. E, sim, o acesso à Ilha do Mel — esse cartão-postal que há anos sofre com gargalos — deve melhorar sensivelmente.
O investimento é robusto: R$ 9,4 milhões do Governo do Estado, com R$ 496 mil de contrapartida municipal. E, segundo o secretário Jackson Cesar Bassfeld, o cronômetro está correndo para entregar o presente no aniversário do município, em 20 de dezembro. Falta acabamento: calçamento, bancos, iluminação e sinalização náutica. O tipo de detalhe que realmente transforma obra em espaço público.
Mas o impacto vai além do aspecto turístico. A engenharia aqui conversa com a natureza: as pedras dos molhes funcionam como recifes artificiais, criando abrigo para invertebrados, fixação de algas e alimentos que atraem mais espécies de peixes. Resultado? Mais biodiversidade, mais vida marinha e mais equilíbrio ambiental — algo raro quando falamos em obras costeiras, mas que neste caso soma pontos a favor.
E Pontal não para aí. A revitalização dos molhes é apenas uma peça do quebra-cabeça. Em agosto, começou a primeira fase da requalificação da orla: 3,66 km entre os balneários de Monções e Canoas, com novo calçamento, pista de corrida, ciclovia, quiosques, áreas de lazer, acessibilidade e passarelas. Investimento estadual? R$ 34,5 milhões, executados pelo Consórcio Orla de Pontal, com prazo de 13 meses.
A segunda fase também já está avançando: o IAT liberou a Licença Prévia para mais 2,77 km entre Santa Terezinha e Ipanema, incluindo saneamento, nova beira-mar, calçadões, passarelas e até 13 lounges urbanos — algo que aproxima o litoral paranaense de padrões que antes só víamos em outros estados.






