Tem gente que diz que agosto é o mês do desgosto. Vá falar isso em Morretes neste 2025. A cidade resolveu provar o contrário e, neste fim de semana, se transformou em um palco a céu aberto com o Blues Festival. Palcos espalhados pelo Centro Histórico, guitarras chorando ao entardecer, gente dançando no meio da rua, turistas misturados com moradores — tudo gratuito, democrático e cheio de alma. É o tipo de evento que faz a gente pensar: como é que uma cidade pequena consegue dar um baile em muito lugar grande?
O festival não é só música. É comércio vendendo mais, pousadas sem vaga e aquele orgulho coletivo que faz os moradores erguerem o queixo e dizerem: “É aqui que eu moro”. E, convenhamos, Morretes já é linda por natureza. Com blues tocando nos becos coloniais, fica irresistível.

Foto: Roberto Dziura Jr/AEN
E se você acha que a festa acaba no domingo, está enganado. No próximo fim de semana, dias 23 e 24, a cidade já engata outra celebração: o Marumbi Festival, uma homenagem aos 146 anos da primeira subida ao Pico do Marumbi, berço do montanhismo brasileiro. Aí o tom muda — saem os riffs de guitarra, entram palestras, vivências, experiências imersivas e uma programação que une cultura, história e ecoturismo. É quando Morretes mostra que sabe brincar de gente grande: no sábado você pode ouvir sobre preservação ambiental, no domingo assistir a um show de música regional, e em qualquer intervalo se perder nos caminhos verdes que cercam a cidade.

Morretes encontrou o segredo: misturar cultura com natureza e transformar cada esquina em convite. É por isso que, quem vai uma vez, sempre acaba voltando. Afinal, entre o som do blues e o silêncio da montanha, a cidade encontrou a própria melodia.






