Depois de mais de 15 anos, o escândalo dos Diários Secretos na Assembleia Legislativa do Paraná começa, enfim, a ter um desfecho prático — e bilionário. O ex-diretor-geral da Alep, Abib Miguel, o Bibinho, selou um acordo histórico com o Ministério Público do Paraná: devolverá R$ 250 milhões aos cofres públicos em troca da suspensão dos processos que enfrentava, junto com sua esposa e filhos. É o maior ressarcimento já homologado pelo Tribunal de Justiça do Estado em toda a história do Paraná.
O acordo costurado com o GAECO levou três anos para ser fechado. Com a idade avançada de Bibinho (85 anos), o risco de prescrição iminente e decisões judiciais favoráveis ao ex-diretor pipocando em várias instâncias, o MP decidiu aceitar os R$ 250 milhões .
Acordo feito, ações suspensas, bens desbloqueados para que possam ser vendidos e convertidos em pagamento, e um prazo de seis anos para que a dívida milionária seja honrada.
A chamada “colaboração premiada” foi homologada sem delação de nenhum deputado, ex-parlamentar ou servidor. Bibinho chamou para si toda a responsabilidade pela gestão da Assembleia nos últimos 30 anos, isentando todos os deputados.
Resta torcer para que o exemplo sirva — não apenas para quem já caiu, mas para os que ainda circulam pelos corredores do poder com a falsa impressão de impunidade. Porque, no fim, a conta chega. Mais cedo ou mais tarde, com ou sem delação. E às vezes, surpreendentemente, em forma de depósito judicial.