De um lado, governadores do Sul e Sudeste se reúnem em Curitiba para a 13ª edição do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), dentro da Conferência da Mata Atlântica. O encontro não é apenas um ritual político: traz à mesa nomes como Ratinho Junior (Paraná), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Romeu Zema (Minas Gerais), Claudio Castro (Rio de Janeiro) e Renato Casagrande (Espírito Santo), além dos vice-governadores Felício Ramuth (São Paulo) e Marilisa Boehm (Santa Catarina). A proposta é clara: debater soluções reais para a preservação do bioma e criar uma agenda comum de desenvolvimento sustentável.
A chamada Carta de Curitiba, que será assinada pelos governadores, tem como objetivo encaminhar o documento à presidência da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.. Ou seja, enquanto a vitrine internacional se prepara para mais uma rodada de discursos, os líderes regionais tentam organizar, na prática, alternativas ambientais — com políticas, ações e compromissos que podem de fato transformar a realidade local e nacional. Claro, como bons políticos, ninguém esquece que há uma eleição se aproximando. Afinal, a pauta verde também rende votos.
Do outro lado, porém, está o Governo Lula e sua versão tupiniquim de uma conferência mundial. A COP30 já virou motivo de piada antes mesmo de começar. Primeiro vieram os números: R$ 263 milhões para alugar leitos em navios de cruzeiro que servirão de hospedagem para autoridades e convidados. Depois, a cereja do bolo: obras bancadas pelo BNDES e pela Itaipu Binacional que só ficarão prontas em 2027, dois anos depois do evento. É a famosa eficiência do Brasil: promete-se hoje, entrega-se quando ninguém mais estiver olhando.
E, como se não bastasse, o governo resolveu “inovar” criando árvores artificiais um enfeite caro e inútil. A imagem perfeita de um governo que adora substituir a realidade pela simulação, como se fosse possível enganar a natureza com plástico e ferro.
Enquanto governadores tentam mostrar que existe maturidade para discutir meio ambiente sem cair na caricatura, o Planalto transforma a COP30 em um grande parque temático do improviso e da gastança. A diferença é gritante: de um lado, busca-se credibilidade; do outro, sobrevive a velha fórmula lulista, em que o marketing sempre fala mais alto que os resultados.
No fim, o Brasil corre o risco de sair da conferência com duas imagens opostas: a de governadores que tentaram seriedade e a de um governo federal que transforma a maior conferência climática do planeta em uma anedota internacional.






