A convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi rejeitada por 19 parlamentares da CPMI. O filho do ex-presidente Lula havia sido citado em depoimento à Polícia Federal como possível beneficiário de uma “mesada” mensal de cerca de R$ 300 mil, supostamente paga por Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, em um total estimado de R$ 25 milhões — valor cuja moeda, porém, não foi especificada no depoimento.
A base governista seguiu orientação contrária à convocação. Durante a sessão, aliados do governo chegaram a chamar o depoente Edson Claro de “bandido” e acusaram a oposição de tentar desviar o foco dos trabalhos da CPMI. Mesmo assim, a denúncia feita por Claro — de que o “Careca do INSS” teria repassado pagamentos milionários e uma mesada fixa ao filho do ex-presidente — mobilizou parlamentares da oposição, que defenderam a necessidade de esclarecer o caso.
Além de Lulinha, o governo também blindou o advogado-geral da União e indicado ao STF, Jorge Messias. Ele era alvo de sete requerimentos de convocação. Em um deles, o deputado Evair de Melo (PP-ES) argumentou que havia contradições e omissões da AGU no enfrentamento às fraudes investigadas pela comissão. Documentos internos do órgão, produzidos por procuradores da 4ª Região e validados pela Corregedoria-Geral em 2024, apontavam nove entidades com aumento anormal de reclamações judiciais por descontos indevidos. Mesmo assim, a base se articulou para proteger Messias.
A seguir, os parlamentares que votaram contra a convocação de Lulinha:
- Randolfe Rodrigues
- Jussara Lima
- Jaques Wagner
- Eliazane Gama
- José Lacerda
- Chico Rodrigues
- Augusta Bruto
- Leila Barros
- Teresa Leitão
- AJ Albuquerque
- Cleber Verde
- Orlando Silva
- Ricardo Atres
- Dorivaldo Malafaia
- Dagoberto Nogueira
- Paulo Pimenta
- Alencar Santana
- Bruno Farias
- Rogério Corrêa
Com a blindagem articulada pela base governista, tanto Lulinha quanto Jorge Messias permanecem fora da lista de depoentes da CPMI — ao menos por enquanto.






