Quando sai pesquisa eleitoral, o instinto é sempre o mesmo: correr para ver quem está na frente na intenção de voto. Mas há um dado ainda mais revelador — e cruel — chamado rejeição. Esse índice é o divisor de águas entre os que podem sonhar com o Palácio Iguaçu e os que vão rodar eternamente na pracinha da esquina.
A rejeição é o “não” que nunca se converte em “sim”. É o teto de vidro da política: o candidato pode pular, espernear, bater a cabeça, mas não atravessa. Ela mostra que, no jogo eleitoral, não basta querer — é preciso ser querido.
No Paraná, a pesquisa do Real Time Big Data foi um banho de água fria para os que ainda acreditam que o PT pode ser tendência. Gleisi Hoffmann amarga 56% de rejeição. Não é nem questão pessoal, mas efeito colateral direto de Lula. A marca PT, é tão negativa que Gleisi, se fosse produto de mercado, estaria na prateleira de liquidação: “ninguém leva nem de graça”.
Logo atrás aparece Requião Filho, com 39%. Herdeiro do clã, decidiu agradar a esquerda radical e acabou fechando portas ao centro. O resultado prova o ditado: peixe morre pela boca.
Ênio Verri surge com 37%. Petista de carteirinha, ex-deputado e agora dono do cofre de Itaipu, mas sem voto no bolso.
Sergio Moro tem 33%. O ex-juiz, porém, vive situação peculiar: consegue ser amado e odiado ao mesmo tempo. Lidera nas intenções de voto mesmo com um terço do eleitorado prometendo não votar nele “nem amarrado”. É o famoso “sim, mas não”.
Os demais nomes — Rafael Greca (31%), Paulo Martins (21%), Guto Silva (21%) e Alexandre Curi (17%) — parecem estar em sala de espera, aguardando Ratinho Jr. chamar para consulta. O governador tem tanto capital político que pode escolher qualquer um deles e, com um empurrãozinho, transformá-lo em candidato viável.
A moral da história? Um ano antes da eleição, é a rejeição que dita o ritmo. Intenção de voto muda com campanha e propaganda; rejeição é cicatriz: pode até ser maquiada, mas o buraco continua lá. É ela que separa quem ainda está na pista de dança e quem já foi expulso pelo segurança.
Intenção de voto (se a eleição fosse hoje)
Cenário 1
- Sergio Moro (União): 41%
- Requião Filho (PDT): 19%
- Guto Silva (PSD): 10%
- Paulo Martins (Novo): 9%
- Ênio Verri (PT): 6%
- Nulo/Branco: 9%
- Não sabem/Não responderam: 6%
Cenário 2
- Sergio Moro (União): 43%
- Requião Filho (PDT): 17%
- Gleisi Hoffmann (PT): 14%
- Paulo Martins (Novo): 9%
- Alexandre Curi (PSD): 4%
- Nulo/Branco: 7%
- Não sabem/Não responderam: 6%
Cenário 3
- Sergio Moro (União): 41%
- Requião Filho (PDT): 17%
- Gleisi Hoffmann (PT): 14%
- Guto Silva (PSD): 10%
- Paulo Martins (Novo): 9%
- Nulo/Branco: 6%
- Não sabem/Não responderam: 3%
A pesquisa foi realizada nos dias 03 e 04 de setembro e contou com 1.200 entrevistas presenciais. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.






