O governador Ratinho Junior decidiu colocar em prática uma estratégia ousada e simbólica: convocou quatro nomes de peso do PSD — Alexandre Curi, Darci Piana, Guto Silva e Rafael Greca — para estrelarem os comerciais partidários que irão ao ar entre os dias 11 e 18 de novembro, no rádio e na televisão.
Ao invés de apenas um rosto, os paranaenses verão quatro “estrelas” exibindo musculatura política e ensaiando sorrisos de campanha. Mas, nos bastidores, ninguém tem dúvida: a disputa real pela bênção do governador rumo a 2026 está restrita a dois nomes — Alexandre Curi e Guto Silva. São eles que, hoje, reúnem condições políticas concretas de encarnar o projeto de continuidade.
Rafael Greca, com sua personalidade conhecida e alto recall na capital, é visto como um excelente vice, capaz de arrastar o eleitorado curitibano para onde apontar. Já Darci Piana, discreto e experiente, é tratado como “patrimônio político” do grupo: prestou sua contribuição à gestão e hoje tem papel mais consultivo do que competitivo.
Enquanto os nomes se movimentam e as câmeras se preparam, Ratinho Junior nada de braçada num mar de aprovação que causa inveja aberta — e silenciosa — em adversários, especialmente os petistas. Enquanto Lula amarga índices de rejeição até nas pesquisas contratadas por institutos simpáticos ao seu governo, o governador do Paraná registra números que beiram o inédito.
Segundo pesquisa Futura/Apex, 84,2% dos paranaenses aprovam sua gestão — o maior índice já registrado na série histórica. Em abril, eram 78,8%; em junho, 83,1%; agora, o pico. A avaliação “ótima ou boa” chegou a 72,8%, crescendo de forma consistente desde abril, quando era de 63,7%.
Os índices são altos em todos os recortes: entre os homens, a aprovação chega a 88,1%; entre as mulheres, 80,6%. Em regiões como Centro-Sul (93,8%), Norte Pioneiro (91,9%) e Noroeste (89,6%), Ratinho transformou popularidade em terreno consolidado. Até Curitiba e Região Metropolitana, tradicionalmente mais críticas, registram mais de 82% de aprovação.
Na faixa etária de 35 a 44 anos, ele alcança 77,5% de avaliações positivas. Entre os evangélicos, 79,2%. A aprovação ultrapassa 70% em praticamente todas as faixas de renda.
Com margem de erro de 3,5 pontos percentuais e índice de confiança de 95%, o levantamento, feito por telefone com 800 eleitores entre os dias 8 e 10 de outubro, confirma aquilo que os corredores do Palácio Iguaçu já sabem: Ratinho Junior virou referência de gestão e cartilha eleitoral.
Diante desse cenário, os comerciais do PSD não serão apenas propaganda partidária — serão um teste de carisma, lealdade e potencial sucessório. Quem aparecer agora estará, na prática, disputando uma vaga no coração do eleitor e no radar do governador. E, convenhamos, com um padrinho com 84% de aprovação, qualquer aparição já é meio caminho andado rumo a 2026.