Estado já soma mais de 3,6 mil casos em 2025; maioria dos acidentes é provocada pelo escorpião-amarelo, espécie altamente venenosa
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) intensificou nesta semana as ações de combate ao escorpionismo após a morte de uma criança de três anos por picada de escorpião no município de Cambará, no Norte Pioneiro. A tragédia acendeu um alerta em todo o Estado, que já registra 3.603 acidentes com escorpiões em 2025.
Mesmo no inverno, quando as temperaturas são mais baixas, o risco de acidentes permanece, especialmente em áreas urbanas. Os escorpiões buscam abrigo e alimento dentro das casas, aumentando a chance de contato com humanos.
Em Cambará, equipe da 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho iniciou uma força-tarefa no bairro onde a criança morava. No primeiro dia, foram capturados 15 escorpiões, a maioria da espécie Tityus serrulatus, o escorpião-amarelo, o mais perigoso do país. Os animais estavam escondidos em locais com entulhos, lixo acumulado e restos de construção. O município foi notificado para realizar a limpeza imediata dos pontos de risco.
Das 236 ocorrências registradas este ano na 19ª Regional, 68 aconteceram em Cambará. As buscas seguem até domingo (20) e, depois, serão estendidas a outras regiões da cidade. A Sesa também orientou outras regionais a adotarem medidas similares em parceria com as prefeituras.
“O combate aos escorpiões começa nos cuidados com o ambiente. Assim como fazemos na luta contra a dengue, precisamos evitar o acúmulo de lixo e materiais que sirvam de abrigo para esses animais”, afirmou o secretário de Saúde, Beto Preto.
Prevenção e atendimento
O escorpião-amarelo se reproduz de forma assexuada e é altamente adaptável ao ambiente urbano, o que torna seu controle mais difícil. Ele costuma se abrigar em locais úmidos e escuros: entulhos, madeiras, frestas de muros, calçadas e esgotos.
Para reduzir os riscos, a Sesa recomenda:
- Manter quintais limpos, sem entulhos ou lixo acumulado
- Tampar ralos, frestas e instalar telas de proteção
- Examinar roupas, calçados e roupas de cama antes de usar
- Evitar o uso de inseticidas domésticos, que não matam escorpiões
- Usar luvas e calçados em atividades externas
Em caso de picada, a recomendação é procurar atendimento médico imediato. O Paraná conta com 225 serviços de saúde referência para aplicação do soro antiescorpiônico, distribuídos em todas as 22 Regionais de Saúde.
Para informações e orientações sobre acidentes com animais peçonhentos, a população pode entrar em contato com o CIATox Paraná, pelo número 0800 041 0148. Outras unidades do CIATox funcionam em Londrina (43 3371-2244), Maringá (44 3011-9127) e Cascavel (45 3321-5261).