Trocas constantes comprometem a continuidade de projetos e aumentam o desgaste político da gestão. Novo secretário é Adonis Nobor Furuushi, tenente-coronel da reserva.
A saída de mais um secretário da Saúde em Guaratuba expõe uma fragilidade que vem marcando a gestão do prefeito Mauricio Lense (Podemos). Em oito meses de gestão, a pasta já contou com quatro diferentes titulares, o que demonstra instabilidade justamente em uma das áreas mais estratégicas da administração pública.
A mudança acontece após a saída de Paulo Cesar Lourenço, que deixou o cargo nesta semana. Para o seu lugar, foi nomeado o tenente-coronel da reserva da Polícia Militar, Adonis Nobor Furuushi, anunciado nesta quinta-feira (28). Até então, Adonis estava nomeado como diretor de Administração da Secretaria de Saúde e, a partir de agora, passa a ocupar interinamente o comando da pasta. Ou seja, poderá ser efetivado no cargo, mas também existe a possibilidade de que um novo secretário seja escolhido pelo prefeito.
A chegada de Furuushi ocorre em meio a um cenário de cobranças por melhorias no atendimento à população. Embora o currículo do novo secretário seja respeitável, com experiência em gestão, ensino e comando militar, a pergunta que fica é: até quando a pasta conseguirá manter uma linha de continuidade?
A constante mudança de nomes indica dificuldade em consolidar projetos e políticas de médio e longo prazo. Para a população, o reflexo é sentido diretamente: cada troca implica recomeços, ajustes de equipe e interrupções de estratégias que poderiam fortalecer a rede de saúde municipal.
Num momento em que a saúde pública exige estabilidade, planejamento e diálogo permanente com a comunidade, a rotatividade pode enfraquecer a credibilidade da gestão e aumentar o desgaste político do prefeito.
Em Guaratuba, a saúde é uma das áreas mais cobradas pela população. Por isso, a permanência e a capacidade de articulação do novo secretário serão determinantes não apenas para a qualidade do serviço, mas também para a imagem da atual administração.