Um casal foi preso no Paraná
A operação deflagrada nesta terça-feira (5) pela Polícia Civil de São Paulo, com ramificações em diversos estados e prisões também em Curitiba, expõe mais do que uma rede criminosa: escancara uma realidade perigosa, silenciosa e cruel que se alastra pelo Brasil — o mercado ilegal de anabolizantes.
Com 35 mandados de prisão e 85 de busca e apreensão em 12 estados, a ação é um duro golpe contra organizações que atuam como verdadeiras indústrias clandestinas da vaidade. Mas é também um alerta urgente à população: consumir anabolizantes sem prescrição médica e fora de controle legal não é apenas arriscado — é brincar com a própria vida.
Segundo a polícia, os investigados operavam com uma marca própria, distribuindo substâncias em formas orais e injetáveis, inclusive produtos para emagrecimento, fabricados em laboratório supostamente clandestino. Ou seja, um coquetel de risco, má fé e oportunismo. E, claro, nenhum tipo de responsabilidade com a saúde de quem consome.
Quem lucra com isso? Pessoas sem escrúpulos, sem qualquer ética ou compaixão, que veem o corpo alheio como um mercado e a saúde como estatística. Alimentam a obsessão pelo físico perfeito e lucram alto em cima da ilusão vendida a jovens, atletas amadores e pessoas vulneráveis que acreditam em atalhos perigosos.
Esses criminosos são como traficantes da vaidade: vendem promessa de performance e estética, mas entregam desequilíbrio hormonal, lesões hepáticas, riscos cardíacos e até morte. Não à toa, a ação policial foi classificada como prioritária. Trata-se de saúde pública, não apenas de crime comercial.
A prisão dos envolvidos, inclusive em Curitiba, deve ser comemorada. Mas o combate não pode parar por aí. É preciso intensificar a fiscalização, ampliar a conscientização e, sobretudo, tratar o consumo desenfreado e irresponsável de anabolizantes como um problema coletivo — que exige ação do Estado, das famílias e da sociedade.
Por trás dos músculos inflados e da perda rápida de peso, há um mercado sombrio, perigoso e mortal. E a única coisa que essas pessoas têm de grande é a ausência total de amor ao próximo.