Fantástico revela esquema envolvendo farmácias fantasmas, desvio de recursos públicos e financiamento ao narcotráfico internacional.
Uma investigação da Polícia Federal revelada neste domingo (20) pelo programa Fantástico, da TV Globo, escancarou um dos maiores esquemas de fraude já registrados no Programa Farmácia Popular, com ramificações que vão muito além da saúde pública. O desvio de recursos do programa, que deveria garantir medicamentos à população de baixa renda, foi utilizado para lavar dinheiro do tráfico e financiar a compra de cocaína na Bolívia e no Peru.
De acordo com a apuração da PF, o grupo criminoso utilizava farmácias fantasmas, registradas em várias regiões do Brasil, para simular a venda de medicamentos subsidiados pelo governo federal. O esquema movimentou quase R$ 40 milhões em recursos públicos.
As farmácias de fachada operavam com cadastros fraudulentos, beneficiando-se da ausência de fiscalização adequada para emitir notas frias e solicitar reembolsos do programa. Parte dos recursos era então lavada e direcionada ao financiamento da compra de drogas em países vizinhos, alimentando o tráfico internacional.
O caso escancara falhas graves na supervisão do programa, cuja responsabilidade de controle e fiscalização recai sobre a Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, atualmente comandada por Ana Estela Haddad, esposa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A revelação reacende o debate sobre a politização de cargos técnicos e a vulnerabilidade dos sistemas de controle federal.
A Polícia Federal segue investigando os envolvidos, e novas fases da operação devem ser deflagradas nos próximos dias. O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Enquanto isso, milhões de brasileiros que dependem do Farmácia Popular para ter acesso a medicamentos essenciais veem seus direitos lesados por uma combinação de corrupção, descaso e crime organizado.






