A dor de dezenas de famílias que perderam seus entes na explosão da fábrica da Enaex Brasil, em Quatro Barras, parece não ter limites — e infelizmente nem todos souberam respeitá-la. Neste sábado (16), a Polícia Civil do Paraná prendeu e ouviu um segurança terceirizado suspeito de tentar vender imagens do circuito interno de monitoramento da explosão que matou nove pessoas.
Segundo as investigações, o vigilante pretendia comercializar os registros por até R$ 5 mil. Ele confessou a intenção em depoimento. O celular foi apreendido, mas, por se tratar de infração de menor potencial ofensivo, o homem foi liberado após assinar um termo de compromisso.
A empresa Enaex Brasil repudiou a atitude, classificando-a como isolada e ressaltou que o funcionário pertence a uma prestadora terceirizada.
Um retrato cruel da insensibilidade
O episódio causa revolta. Enquanto famílias choram suas perdas, alguém tentou lucrar com a dor alheia. É mais uma amostra de como a ganância pode ultrapassar qualquer limite ético ou moral. Em momentos como este, em que a solidariedade deveria falar mais alto, a sociedade é confrontada com atitudes que envergonham e revelam o pior do ser humano.
A tragédia já havia deixado marcas irreparáveis em Quatro Barras. Agora, ganha um capítulo amargo, que revela a frieza de pessoas incapazes de compreender o valor da vida e o respeito que deve prevalecer diante da morte.