O domingo amanheceu pesado no Centro-Sul do Paraná. Em Rio Bonito do Iguaçu, o silêncio que acompanha os velórios das seis vítimas do tornado é um grito de dor que ecoa por todo o estado. São vidas interrompidas de forma brutal, famílias desfeitas e uma comunidade que tenta compreender como, em poucos minutos, o vento levou quase tudo: casas, sonhos e esperanças.
Adriane Maria de Moura, José Neri Geremias, José Gieteski, Claudino Paulino Risso, Jurandir Nogueira Ferreira e a jovem Julia Kwapis — nomes que agora se juntam à história de uma das maiores tragédias naturais já registradas no Paraná. Cada um deles tinha planos, rotinas simples, laços que agora se transformam em lembrança e saudade.
O governo do estado decretou luto oficial de três dias, mas o luto verdadeiro, aquele que pesa no coração dos moradores, vai durar muito mais. Rio Bonito do Iguaçu ficou irreconhecível: 90% das casas destruídas, mais de mil pessoas desalojadas, centenas feridas. Em meio aos escombros, o que restou foi a solidariedade — vizinhos ajudando vizinhos, cidades próximas enviando apoio e voluntários tentando devolver um mínimo de dignidade a quem perdeu tudo.
Não há explicação que conforte. Há, sim, um chamado à reflexão: o quanto somos pequenos diante da força da natureza e o quanto precisamos estar preparados, com políticas públicas e planos de emergência, para proteger vidas.
Rio Bonito do Iguaçu chora. E o Paraná chora junto. Que a dor dessas famílias encontre amparo, que a cidade encontre forças para se reerguer — e que as vidas perdidas jamais sejam esquecidas.






